sexta-feira, 17 de maio de 2013

O DEUS-GRAÇA




Por Antônio Carlos Costa


Criaram no Brasil o deus-graça, como se esse atributo divino fosse autônomo, uma espécie de quarta pessoa da Trindade.

Um ser mutilado, que para amar tem que necessariamente deixar de ser justo e santo.

O deus-graça perdoa os canalhas e os deixa entregues às suas canalhices.

O deus-graça faz com que os que não se arrependeram sintam-se bem consigo mesmos.

O deus-graça é um amor! Seu evangelho é a boa nova para todo aquele que quer glória sem cruz.

O deus-graça não disciplina seus filhos. Nenhum dos seus seguidores deve se preocupar com esses radicalismos fundamentalistas.

Seguir ao deus-graça é uma tranquilidade! Por que vigiar, se não há do que se arrepender nem o que temer?

O deus-graça ensina que pelo fruto não se conhece a árvore e que a porta que leva à salvação é larga e muitos que entram por ela.

O deus-graça fala sobre amar a humanidade e lutar pela justiça, mas dentro de casa, seus discípulos parecem não amar os seres humanos.

O deus-graça é seletivo. Ele ama a todos, tolera tudo, menos àqueles a quem considera fundamentalistas.



Originalmente no site do autor.



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